domingo, 28 de junho de 2015

Ciclo de revelação


Quase ninguém está ainda plenamente consciente ou sequer sabe que, em cada ser humano Deus revela-se um pouco. De forma mais primitiva, Ele mostra-se também nos animais, plantas e minerais: ou de forma grandiosa nas estrelas e galáxias, pois tudo revela sua onipresença.

Portanto, a meta, não apenas a do místico, mas a de todos os homens é reconhecer, e depois tornar cada vez mais possível, essa revelação do Divino no plano da matéria, ainda em ciclos evolutivos.

A vida que flui em nós é da mesma fonte que se manifesta nos santos, nos iluminados de todos os tempos. A diferença está unicamente no grau de receptividade e aspiração de cada um. Nós geralmente distorcemos com ideias e conceitos primários, em próprios e até egoístas a manifestação da vida una que não chega a se externar na sua plenitude. Ordem e amor são a sua natureza.

Porém, mesmo a vida que se manifesta no plano mais imperfeito inferior ou primário, tende sempre para um gradual e constante aperfeiçoamento, ainda que a maioria não tenha disso pleno conhecimento. Tudo no homem ou na Natureza ainda vai sendo atraído para um campo de maior luz, mais equilíbrio e amplitude que é o amor onipresente do Pai, centro de toda coesão.

Essa expressão de vida una, numa escala do mais inferior para o mais superior é compreendida pela meditação segundo os que já passaram pela experiência elevada ao êxtase ou ao samadi. Estes estados suprassensoriais rompem as barreiras e limites do homem comum e o integram numa dimensão de unidade e bem-aventurança onde a visão e compreensão de uma realidade nova são diretas.

Devemos nos lembrar de que a vida humana é dual; a alma se expressa como princípio vital através do coração e da mente em todo  sistema humano. São dois centros de energias diversas, um no coração e o outro na cabeça, na parte física do ser humano.

Todo o mundo fenomenal é o exterior de Deus e, a meditação, torna-se um dos pontos de contato do homem externo, ou a personalidade, com a essência divina que o anima e o faz filho de Deus, ou seja, consciente da onipresença em sua vida.

Todas as carências e problemas que nos afligem nascem da falta desta sintonia constante, ou seja, a unidade com a fonte perfeita. É importante, portanto, sempre buscar correta e disciplinadamente o contato com a semente Divina em nós.

A meditação é o processo pelo qual a mente comum é reorientada para afastar-se do mundo superficial insatisfatório e entrar em outro nível de consciência, sempre que o desejar. Só assim, nossas crenças podem transformar-se em fatos reais e nossas teorias em experiências sublimes.


Crianças e adolescentes: cérebro adquire novo modo de funcionar




"Ficar por fora da onda eletrônica é perder a comunicação com o futuro"

Por Isabela Frade
O cérebro das crianças e dos adolescentes da atualidade está sendo construído de forma diferente. Eles têm acesso rápido às informações de ordens diferentes e constroem conhecimento interagindo com muitas fontes ao mesmo tempo. Suas competências para focar, partilhar e sustentar a atenção estão sendo altamente treinadas. Suas mentes são cada vez mais velozes no processamento de todos os estímulos e cada vez mais capacitado para uma eficiente memória de trabalho. Linguagens diferentes são facilmente integradas por elas.
Hoje tudo se faz em interfaces, no trabalho e no lazer. Convive-se nos espaços criados pelos meios eletrônicos, podendo desenvolver cocriações. São os espaços novos para inter-relações, não importam as distâncias no espaço, não importam os fusos horários. Existe um campo sem-fim para a sociabilidade. Para muitas pessoas, a dor da solidão foi diminuída.
A complexidade maior dos meios eletrônicos da contemporaneidade fascina os mais jovens. Porém, pode assustar os idosos. Eles usualmente têm mais dificuldade com a nova linguagem infográfica e sofrem, por exemplo, no preenchimento de formulários eletrônicos. Pertencem a uma época onde a interação com as pessoas era presencial, os livros eram de papel. São de um tempo, no qual se escrevia cartas e se esperava respostas pacientemente.
As mudanças foram muito grandes, mas é perfeitamente possível uma educação tecnológica para essas pessoas, que garantirá a independência e a autoestima, além de se constituir em um exercício cognitivo novo, indispensável à mente que precisa se manter ativa e ágil. Preconceitos podem ser afastados e o prazer dos e-books e e-magazines pode ser descoberto. A navegação em sites de interesses específicos pode ser uma aventura para pessoas que podem até ter abdicado das novas aventuras. O reencontro de amigos antigos nos sites de relacionamento pode nutrir a alma.
Vale relatar um exemplo de inclusão via internet: o projeto SOLE (Self Organized Learning Environments - ambientes de aprendizagem auto-organizadores) mais conhecido como "Vovó nas Nuvens", criado por Sugata Mitra, professor em Nova Deli.
As vovós inglesas ou e-mediadoras, do projeto SOLE, não são professoras, elas leem histórias para as crianças indianas e falam sobre temas relevantes para elas. As vovós virtuais compartilham com suas crianças a sua cultura, envolvendo os "netos" desde as primeiras etapas do processo de aprendizado, via Skype. Cria-se uma família psicológica, via web.
Esse projeto está atualmente já expandido para cidades na Inglaterra e na Colômbia, para crianças culturalmente menos privilegiadas. Segundo Mitra, esse projeto e seus resultados mostram os benefícios inequívocos que essas pessoas à distância podem trazer para populações menos favorecidas, mas evidenciam também a forma inadequada como os mais idosos são vistos. Ou seja, sempre pensamos o que poderemos fazer pelos mais idosos, mas quando esses estão capacitados para fazer uso das novas tecnologias da informação, vemos o quanto eles podem ajudar a sociedade com a sua sabedoria.
Ao invés de perguntarmos o que poderemos fazer por eles, idosos, devemos perguntar o que eles, os mais vividos, podem fazer por nós.




O que fazer quando tudo dá errado em nossa vida?




por Patricia Gebrim

Num supetão nossos planos são frustrados, nossos sonhos são roubados e a gente fica lá, com cara de tacho, tentando encontrar alguma lógica no que parece não ter sentido algum.
São muitos os sentimentos que nos visitam nessa situação. Frustração, raiva, tristeza. Vem também um cansaço, afinal tínhamos dado o nosso melhor, tentando finalmente acertar! Tínhamos nos esmerado em fazer tudo certo, como manda o figurino, colocado em nossa vida as melhores intenções, cheios de planos de sucesso e felicidade. E de repente tudo ruiu bem em frente aos nosso olhos, mil pedacinhos espalhados aos nossos pés... uma vez mais.
Haja força para sermos capazes de levantar de novo, sem perder o senso de humor, haja coragem para sermos capazes de continuar, sem jogar a toalha, sem cair no tentador papel de vítima. Aliás, tem coisa mais chata do que gente que se vitimiza?
Quem não se lembra da pessimista hiena Hardy do desenho animado?:

Oh Céus... Oh vida... Oh azaaaar...
O que ajuda em momentos assim?
Vou lhes dizer... não é fácil, mas ajuda se formos capazes de concordar em mudar de rota sem perder a confiança na vida, se formos capazes de abrir mão de nosso roteiro tão milimetricamente planejado, se cedermos ao fato de que muitas vezes as coisas seguem por caminhos inesperados que não poderemos prever ou controlar. Se arriscarmos pensar que, talvez, exista um sentido escondido por trás dos cacos, por trás da aparente falta de sentido. Se formos capazes de fazer isso, talvez consigamos encontrar a força para recomeçar.
Momentos assim requerem jogo de cintura, criatividade, leveza. Mas nada disso vem se não tivermos sabedoria.
Sem sabedoria levamos tudo a sério demais. Por isso se diz que os sábios se aproximam das crianças. Pois, tal como as crianças, os sábios sabem que neste mundo nada é definitivo. Os sábios, tal como as crianças, encaram os imprevistos da vida como uma chance de brincar de algo diferente. Muitas vezes, sem sabedoria, nos fixamos no momento presente e esquecemos de que aquele momento é apenas um pedacinho de um quadro muito maior. Nos esquecemos de que, muitas vezes, o que parecia um verdadeiro desastre era, na verdade, um movimento protetor, nos empurrando em direção a um lugar muito melhor.
Acredite no que digo ou não, a verdade é que só lhe restam duas opções.
Desistir, como fazia a hiena do desenho, que sempre dizia : “ isso não vai dar certo!”.
Ou bater a poeira e recomeçar. Com sabedoria. Para onde tiver de ser. Para onde a vida nos permitir continuar a caminhar!
Sempre existe um caminho a ser trilhado, e acreditem, o importante não é chegar a algum lugar específico, e sim sermos capazes de manter a alegria ao caminhar, seja lá para onde for!

As quatro nobres verdades de Buda.



A primeira Nobre Verdade: diz que todas as experiências condicionadas são insatisfatórias. Ou 
seja, tudo que tem um início, tem um fim, e tendo um fim, não é, num sentido definitivo, satisfatório. Uma boa experiência nunca dura para sempre, e nunca estamos seguros de que uma experiência ruim não venha a surgir.
A segunda Nobre Verdade: diz que a insatisfação surge principalmente de não reconhecermos as experiências condicionadas como verdadeiramente são, isto é, de gerarmos uma falsa expectativa quanto a elas, de nos associarmos a elas de uma forma errônea, tentando conseguir nelas o que elas nunca vão nos dar. Assim, as perseguimos incansavelmente, na esperança de que a próxima seja uma solução definitiva. Porém, a causa disso é essencialmente não as vermos como verdadeiramente são.
Algumas vezes a primeira e a segunda nobres verdades são traduzidas como “o mundo é sofrimento” e “a causa do sofrimento é o desejo”, mas o ponto principal é entender que o problema existe (nossa insatisfação), e que ele tendo uma causa, pode ser dissolvido. Então são a verdade de que há uma tensão, há uma complicação, que precisa ser reconhecida, mas que também é preciso reconhecer que esse problema não é natural, e sim possui uma causa.
Eliminando a causa, temos a terceira Nobre Verdade. Isto é, ao parar de atribuir às experiências condicionadas o poder de nos dar felicidade, reconhecemos a verdadeira natureza das coisas e de nós mesmos como inerentemente satisfatórias, num sentido que está além do que se poderia chamar de “felicidade condicionada”, isto é, que depende de condições externas ou internas para começar — e que portanto, um dia termina. A terceira Nobre Verdade nos revela o cessar da atribuição errônea de expectativas, e o repousar na perfeição do que já é, exatamente como se apresenta, sem artificialidade.
A quarta Nobre Verdade: então nos dá um método para alcançarmos este estado, o que é chamado de Nobre Caminho Óctuplo, ou, podemos dizer, todos os métodos que o Buda ensinou são a quarta Nobre Verdade, que nos dá uma miríade de métodos de produzir o entendimento e aplicação das três outras Verdades como um modo de atingir a liberdade última perante nosso hábito de procurar a felicidade no lugar errado.
Resumo:
1a. Nobre Verdade – Dukkha – A vida é desequilibrada, fora de prumo, desarmônica;
2a. Nobre Verdade – Samudaya – a causa deste desequilíbrio são os Três Venenos Mentais (a ira, a cobiça e a ignorância);
3a. Nobre Verdade – Nirodha – o equilíbrio pode ser restaurado;
4a. Nobre Verdade – Margha – o equilíbrio da vida pode ser atingido seguindo-se o Caminho do Meio (ou Caminho Óctuplo).


Referência:
Tzal.org e CBB Bodhimandala