sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Medalha e Diploma conferidos à Loja Bento Gonçalves 2450



Visita do Grão Mestre do GOB - RS

O Eminente Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil - RS, Jorge Colombo Borges, esteve presente em sessão da Loja Bento Gonçalves 2450, no dia 25 de outubro do corrente, no Oriente de Santiago,RS. 
Na oportunidade, presenciou a elevação dos aprendizes maçons Luiz Brandão e Solon, além de conferir Medalha e Diploma ao Ir:. Joaquin Iran de Souza Nunes, pelos grandes serviços à Ordem Maçônica e à Loja Bento Gonçalves 2450.
Na mesma ocasião, conferiu diploma e medalha à Loja Bento Gonçalves 2450, comemorativas aos 190 anos do Grande Oriente do Brasil.  
Acompanharam o eminente Grão Mestre os seguintes Irmãos: Lairton Galaschi Ripoll, Grande Secretário do Interior e Relações Públicas do GOB-RS, João Darlan Bettanin, o popular Xiruzinho, e Antonio Luiz Fernandes, ambos da Loja Farol da Liberdade, de Novo Hamburgo.
Após a sessão, todos os Irmãos participaram de um delicioso jantar e foram brindados com músicas e declamações de xiruzinho e Antonio Fernandes.

 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

MAÇONARIA E ASTROLOGIA

Contribuição: Ir:. L. Machado


             A Astrologia  era na antiguidade considerada a chave de todas as ciências humanas e naturais e não é de duvidar que algum dia descubra, inúmeras razões para que volte a ocupar esta posição. A Astrologia teve sua origem, por volta do ano 3000 a.C., provavelmente na cidade de "Ur", supostamente a pátria de Abraão, fundada no 4º milênio a.C., por um povo do norte da mesopotâmia, os Sumérios. Este povo tinha um grande interesse pela observação do céu. Para os Sumérios, este parecia uma grande abóbada de veludo negro onde as estrelas estavam fixas como enfeites de brilhantes. Notaram, entretanto que além do Sol e da Lua, cinco estrelas apresentavam um movimento mais rápido que as outras; eram os planetas: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

           Mais tarde foram os Caldeus que introduziram a astrologia como hoje é conhecida. As estrelas foram agrupadas em constelações, para servirem como marcadores do movimento dos planetas. O Zodíaco, ou o Caminho de Anu, era a rota seguida no céu pelo Sol, Lua e planetas, sempre pela mesma massa de estrelas, as Constelações Zodiacais.

          A divisão do Zodíaco em doze partes talvez tenha vindo da divisão em doze partes de duas horas cada uma do dia dos Caldeus.

          A maçonaria, com seus templos onde sempre são representados os signos do zodíaco e a abóbada celeste, sempre serviram de veículo para a difusão de ensinamentos da Astrologia e, com certeza, foram em lojas que a Astrologia deve ter primeiro florescido em nosso país, em especial no Rio de Janeiro.
I - AS ERAS DA ASTROLOGIA

               Grande Ano, em Astrologia, é o período de 25.858 anos que a terra leva para percorrer todos os signos do zodíaco.

              Esse período é constituído por doze Grandes Meses, cada um dos quais com uma duração aproximadamente de 2.000 anos. Um Grande Mês, assim, corresponde a uma Era, regida por um dos doze signos, que se seguem, em sentido decrescente.

                          ERA DE LEÃO (de 10.000 a.C. a 8.000 a.C)

               Era mais antiga da qual é possível ter conhecimento. Governada pelo signo de Leão, cujo astro regente é o Sol, e marcou um período dominado pela criação: o homem começou a cultivar as plantas, a criar os animais e a polir a pedra e adquirindo os meios para um rápido progresso. Iniciava-se o Período Neolítico da Pré Historia, o inicio da civilização estratificada.

                        ERA DE CANCER (de 8.000 a. C a 6.000 a.C)

               Com o termino da Idade de Gelo, por volta de 9.000 AC, o homem deixou as cavernas e começou a construir as suas habitações, abandonando o nomadismo e tornando-se sedentário. Sob o governo de Câncer, signo da maternidade e do lar-regido pela Lua, a “mãe universal”, o princípio feminino, que fertiliza todas as coisas – a humanidade começou a se estruturar socialmente por meio da família.

                         ERA DE GÊMEOS (de 6.000 a. C a 4.000 a. C)

                Esta Era foi caracterizada pelo dinamismo e pela elaboração dos grandes projetos humanos. Governada por Gêmeos – regido por Mercúrio, o representante do intelecto – uma Era de grande efervescência intelectual e de muita curiosidade, um dos seus mais valiosos tesouros: a escrita. O homem começou a fixar as suas idéias e a registrar a sua própria memória. Começava, ai, a Historia.

                        ERA DE TOURO (de 4.000 a. C a 2.000 a. C)

               Representando a força criativa de Áries, transformada nos poderes de fecundação e procriação da natureza, o signo, através de sua influência na Terra, com sua solidez e riqueza, significou o florescimento de grandes civilizações humanas – e a egípcia. Período de grandes progressos materiais, a Era de Touro legou, à humanidade, cidades importantes, como por exemplo, Tebas e Mênfis, no Egito, onde era cultuado Àpis, o touro sagrado.

                         ERA DE ÁRIES (de 2.000 a. C a 0)

              Sendo regida por Marte, deus da guerra, na mitologia romana, foi caracterizada por grande atividade bélica, com muitas invasões e muitas lutas entre os povos. Um exemplo é o território antigo da Grécia, que sofreu, durante esse período, diversas invasões; as mais produtivas delas, foram as dos dórios e dos jônios, já que, dessa miscigenação de povos, surgiu a magnífica cultura grega, que tanta influência teve nos destinos da humanidade.

                          ERA DE PEIXES (de 0 a 2.000 d.C)

            Regido por Peixes, signo da fé, da piedade, da compaixão, do espírito de sacrifício e do misticismo, este período viu surgir o seu fato mais marcante: o cristianismo, que, como religião, é o típico exemplo da mentalidade de Peixes. O signo influenciou tanto este período, que o seu símbolo – dois peixes, dispostos lado a lado, mas em sentindo inverso, simbolizando o momento final da liberação do espírito das malhas matérias – acabou se tornando o sinal secreto dos que aderiam à fé cristã. Este é o período dos “pescadores de homens”.

                        ERA DE AQUÁRIO (de 2.000 d.C a 4.000 d.C)

                 A Era de Aquário, a se iniciar no ano 2.000, terá, como mensagem especial, o humanitarismo. Nela ocorrerá uma reconciliação entre a ‘ciência e o homem’, entre as mais fantásticas descobertas da mente cientifica e as verdades eternas, que tem sido motor e dínamo da humanidade. Sendo regido por Aquário – signo da originalidade, da independência, da lealdade, da ação – à vontade de mudar e de criar, além de uma grande preocupação com o futuro da humanidade. Nesse período, os homens terão a oportunidade de transformar o mundo, tornando-o feliz e próspero. Mas poderão, também, destruí-lo, mesmo que a prudência seja uma característica de Aquário.


III - A INTERPRETAÇÃO ASTROLÓGICA (2)

                   A Igualdade é o símbolo de Libra ou Balança. Este signo é o símbolo universal do equilíbrio, da legalidade e da justiça, concretizado pelo senso da diplomacia e da cortesia. Libra significa, em última análise, um caráter afável, um sentido de justiça, harmonia e sociabilidade, que são todos atributos da igualdade.

                   A Fraternidade é perfeitamente ilustrada pelo signo de Gêmeos em sua dualidade, que são os míticos Castor e Pólux, cada um desempenhando seu papel sem nenhuma proeminência sobre o outro. O signo de Gêmeos é dual, porque simboliza o momento em que a força criativa de Áries e Touro dividem-se em duas correntes: uma tem sentido ascensional, espiritual, e a outra é descendente, no sentido da multiplicidade das formas e do mundo fenomênico. Considere-se, também que face a Gêmeos está Sagitário, governado por Júpiter Zeus, Deus do qual todos os homens emanam, o que os faz irmãos uns dos outros, com cada um procurando-o, à sua maneira.

                  A Liberdade é apanágio de Aquário, simbolizado por Ganimedes, pelo anjo derramando sobre a humanidade o cântaro do saber; saber que, se for bem utilizado pode ser um meio de acesso à liberdade, com a condição de que aceite a superioridade do iniciado. Só o iniciado, o sábio, poderá reconhecer os limites além dos quais não poderá ir, pois esta é a maneira dele chegar ao conhecimento dos mistérios divinos. Essa ligação com o divino, da qual Moisés é um símbolo, o respeito às leis divinas, fundamentais para uma existência pacífica e harmoniosa, serão também assinalados pelo signo frontal a Aquário: Leão, cujo símbolo é o Sol, símbolo do UM, símbolo de Deus.

                 Esses três signos: Libra, Gêmeos e Aquário são os signos do ar do zodíaco. E os signos do ar são símbolos do espírito, são símbolos do cosmos, que o iniciado deve procurar conhecer e compreender.

IV - AS PROVAS DOS QUATRO ELEMENTOS.

                Uma das primeiras lições que aquele que receberá a Luz recebe é justamente da simbologia e da importância da depuração pessoal ou “limpeza” pelos quatro elementos: terra, água, ar e fogo. Estes são os elementos básicos que formam toda a Criação no estudo da Astrologia. Compreendendo as características destes elementos pode-se compreender tudo, pois tudo o que existe foi criado com esta matéria prima básica.

              Muitos IIr.'. restringem os estudos dos elementos às lições e indicações do Ritual e assim deixam de compreender a amplitude deste conhecimento.

              Só para ilustrar, nas antigas tradições iniciáticas, aquele que dominava os elementos tornava-se igual e semelhante ao Gr.'. Arq.'. do Un.'. pois dominaria totalmente tudo o que foi criado. O iniciado deveria dominar o elemento em seu universo particular. Deveria dominar a terra e o medo do desmoronamento, a melancolia, a avareza, a falta de horizontes em circunstâncias que elevariam ao máximo estas tendências como, por exemplo, dentro de um buraco ou caverna estreita, úmida e profunda. A água deveria ser dominada, por exemplo, dentro de um rio caudaloso e com correnteza violenta, vencendo-se a incerteza, a insegurança, a sensação de abandono e da falta de apoio. O elemento ar deveria ser dominado nas alturas de um precipício ou montanha (hoje uma montanha russa serviria), vencendo-se a vertigem, o desequilíbrio, a dificuldade de respiração em função da apreensão. Finalmente o fogo deveria ser dominado dentro de um salão incendiado, ou com o iniciado circundado por três enormes fogueiras. Ele deveria controlar suas reações quanto ao calor, à luz excessiva e à sensação de proximidade com um poder terrível que pode destruir.

V - OS CARGOS EM LOJA E OS SETE PLANETAS ESOTÉRICOS.

             Ven.'. M.'. - assimilado ao planeta Júpiter, (número 6) que no panteão dos deuses babilônicos, simbolizava a sabedoria. Rege a visão, a prosperidade, a misericórdia, a liturgia, o sacerdócio, o mestre e a felicidade.

             Ord.'. - está relacionado com Mercúrio (número 2) o planeta que rege a expressão da Verdade, pois é o “enviado de Deus”. Mercúrio tem asas nos pés e é o porta-voz, aquele que dá as boas vindas e domina os escritos. Associado ao Sol, pois dele emana a Luz, como guarda da lei maçônica que é, além de responsável pelas peças de arquitetura.

              1o Vig.'. - associado ao planeta Marte, que era o senhor da guerra, simbolizando a força. Marte rege o início, a coragem, o pioneirismo e o impulso.

             2o Vig.'. - assimilado ao planeta Vênus, feminilizado na mitologia babilônica e que, sendo a deusa mágica da fertilidade e do amor, simboliza a beleza. Vênus rege a harmonia, o prazer, a alegria, e a beleza como reflexo da manifestação do Gr.’. Arq.’. do Un.’..

              Secr.'. - relaciona-se com o planeta Saturno (número 7). É ele o responsável de gravar para a eternidade os fatos de forma fria e exata. Ele é o controlador rígido da ordem dos processos e cioso pela documentação dentro das normas. Assimilado à Lua, pois reflete as conclusões legais do Orador.

               Tes.'. associado a Cronos (Saturno, para os romanos), pai de Zeus e filho de Urano, um dos deuses primordiais, que, com Géia (a Terra) estava no início de todas as coisas, simboliza a riqueza. Recebe a simbologia da Lua (número 1) em sua atividade. A atividade de receber os metais e de organizar o movimento financeiro da Loja é considerada ---por lidar com a frieza dos números --- fria e calculista, além de inflexível. . A Lua rege a família, a cidade, o lar e o corpo; portanto rege o Templo.

             M.'. de Cer.'. assimilado ao planeta Mercúrio, o deus veloz e astuto. Está relacionado ao planeta Sol. O Sol (número 4) caminha diariamente pelo Céu, levando e trazendo a existência, a verdade e a justiça. É ele que anima a vida e que circula no oriente e no ocidente.

www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content...
 
 
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

SABEDORIA DE NAPOLEÃO...

Contribuição: Ir P. Tusi

 Dizem que Napoleão Bonaparte classificava seus soldados em quatro  tipos:

1. Os inteligentes com iniciativa;
2. Os inteligentes sem iniciativa;
3. Os ignorantes sem iniciativa e
4. Os ignorantes com iniciativa.

. Aos inteligentes com iniciativa, Napoleão dava as funções de comandantes gerais... Estrategistas.

. Os inteligentes sem iniciativa, Napoleão deixava-os como oficiais para receberem ordens superiores ... Para cumpri-las com diligência.

. Os ignorantes sem iniciativa, Napoleão os colocava na frente da batalha - buchas de canhão como dizem.

 . Os ignorantes com iniciativa, Napoleão os odiava e não os queria em seus exércitos.

. Um ignorante com iniciativa é capaz de fazer besteiras enormes e depois dissimuladamente, tentar ocultá-las.

. Um ignorante com iniciativa faz o que não deve, fala o que não deve, até envolve-se com quem não deve e depois diz que não sabia.

. Um ignorante com iniciativa faz perder boas ideias, bons projetos, bons clientes, bons fornecedores, bons homens públicos.

. Um ignorante com iniciativa produz sem qualidade, porque resolve alterar processos definidos e consagrados.

. Um ignorante com iniciativa é, portanto, um grande risco para o desenvolvimento e o progresso de qualquer empresa e governo.

Não precisamos deles, nem Napoleão os queria.

Você identifica em sua vida, em sua empresa e no governo os quatro tipos de soldados de Napoleão? E o que faz com cada tipo?

Você sabe livrar-se dos ignorantes com iniciativa?
 
 

É como o óleo precioso sobre a cabeça...

Contribuição: Ir:. Zanini



É como o óleo precioso sobre a cabeça...

 
Ecce quam bonum et Quam iucundumhabitare fratres in unum;
Sicut unguentum in capite Quod
descendit in barbam barbam Aaron;
Quod descendit in ora vestimenti eius Sicut rosHermon quod descendit Iin montem Sion quoniam illic mandavit Dominus Benedictionem et vitam usque in saeculum.



"Aurum nostrum non est aurum vulgi"

Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união.
É como o óleo precioso sobre a cabeça. Que desce sobre a barba, a barba de Aarão, e que desce à orla de seus vestidos.
É como o orvalho de Hermon que desce sobre Sião.
Porque ali o Senhor ordenou a bênção e a vida para sempre.

A abertura do Livro Sagrado marca o início real dos TTrab.'. numa Loj.'. Maçônica, pois o ato, embora simples, porém solene, é de grande importância, pois que simboliza a presença efetiva da palavra do G.'.A.'.D.'.U.'.. Para tanto, o Salmo 133 é uma eloquente descrição da beleza do amor fraternal, e por esta razão muito mais apropriado para ilustrar uma sociedade cuja existência depende daqueles nobres princípios.   É preciso lembrar que o que se escreve sofre influência da época em que foi escrito. E como este consiste na análise de um dos Salmos e este por sua vez, faz parte da Bíblia, é necessário ter em mente que a mesma foi escrita a mais de 2000 anos. Fazendo uso das palavras de Pio XII, o mesmo assim se expressou, ao se referir à Bíblia:
Pio XII escreveu: "Nas palavras escritas dos antigos autores orientais frequentemente não é claro, como nos escritores nossos contemporâneos, qual é o sentido literal... é imprescindível que o interprete remonte mentalmente a esses recuados séculos do Oriente... distinga e veja claro, que gênero literário, quiseram empregar e de fato empregaram os escritores daquela vetusta idade, porque os antigos orientais, para exprimir o que tinham em mente, não empregaram sempre as mesmas formas e modos de dizer que nos usamos hoje, mas sim os que corriam entre os homens do seu tempo e da sua nação "                                                    
A forma geralmente usada na poesia dos salmos se chama "paralelismo", que é a repetição de uma ideia, com outras palavras na linha ou nas linhas seguintes. É a repetição de ideias de estrofe a estrofe. Este paralelismo, nas suas várias formas, e a riqueza de comparações, é que dão graça e beleza à poesia hebraica. Será dentro desta ótica que iremos tratar da análise do Salmo 133, denominado o Salmo da Concórdia ou da Fraternidade:                                    

Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união.        

Esta primeira frase é o canto de David pela confraternização dos romeiros, que passam o dia reunido na grande esplanada do Templo. Gente de toda Israel, que mal se conhece, vinda de todas as regiões, ali se congregam como irmãos e irmãs, como membros de uma grande família, de uma mesma nação, que vive sob a alegria profunda de adorarem um só Deus. Transportando esta imagem para os dias de hoje, não é o que vemos nas nossas romarias nas cidades de Aparecida do Norte? A televisão nos mostra os muçulmanos fazendo a sua peregrinação anual às cidades de Meca, Medina. Ou, os católicos nos santuários de Aparecida em São Paulo ou de Fátima em Portugal ou em Lourdes na França? Ou a Festa da Páscoa, atualmente, na Terra Santa?                            

É como o óleo precioso sobre a cabeça...                        

Encontramos na Bíblia, em Lev: 8.12 alusão a esta passagem que diz:                                                             

Lev: 8.12: "... derramou do azeite da unção sobre a cabeça de Aarão e ungiu-o para santificá-lo."                           

Este óleo era um perfume à base de mirra e oliva usado unicamente para ungir os reis e sacerdotes, pelo que se depreende da leitura de Ex.28.15.                               

O verbo derramar, aí conjugado no passado "derramou" significa que o mesmo "jorrou", isto é, sem parcimônia, sem reservas o óleo sobre a cabeça e tão abundante foi que desceu pela sua barba, daí a alusão: "e que desce sobre a barba, a barba de Aarão". Na tradução da Bíblia vulgata, entende-se por cabeça, o ouvido, a visão, o paladar, o olfato, as mãos, ou seja, o tato. Logo a "fronte", "a cabeça", também significa os cinco sentidos, e o óleo derramado, a purificação dos mesmos.                                           
 
A cena apresentada pelo salmista na unção de Aarão, encerra uma simbologia majestosa. A cabeça é o emblema, o centro vital da existência; a barba é o emblema da honra, pois na antiguidade, sempre expressou honradez e probidade, principalmente no Oriente, por razões das velhas tradições; as vestes são o emblema da honestidade e pudor e de especial significado litúrgico e ritualístico.                                
 

... e que desce à orla de seus vestidos.                         

Em um sentido mais místico e esotérico, nosso próprio corpo físico convive com vários outros corpos de natureza sutil, através dos quais nossa partícula divina, nosso D'us interior, se manifesta em suas múltiplas personalidades para poder difundir em nós sua força e sua vontade.                        

Que nos TTrab.'. em Loj.'. Maçônica, quando todos estão unidos, harmonizados e concentrados esse "óleo precioso" vem até nossas cabeças, e nos infunde gradativamente a Energia Divina. As vestes representam o nosso corpo físico, a nossa parte externa. O óleo precioso (Energia Divina), antes de encharcar nossas vestes (nosso corpo), derrama-se sobre sua cabeça e barba (receptor das manifestações vindas da presença de Deus), até à orla dos seus vestidos (são as emanações que se distribuem por todo o nosso corpo).         

... É como o orvalho de Hermon...                               

Israel faz divisa pelo norte com o Líbano e a oeste com a Síria; o Monte Hermon assinala as divisas entre estes países. Pela sua altura, de 2814 metros, seus picos estão permanentemente cobertos de neve. Nas regiões desérticas, a evaporação da umidade concentra-se nas montanhas e retorna durante a noite sob a forma de orvalho, suprimindo assim a falta de chuvas e propiciando as condições para uma boa colheita e dando com isto, as condições para a fixação do homem a região Por outro lado o degelo da neve do Monte Hermon é fonte alimentadora do rio Jordão que abastece toda a região, irrigando o solo palestino,trazendo com o alimento (benção) para o povo, pão para comer. O Monte Hermon, na visão de David, através do seu orvalho, é sinal de vida.       

... que desce sobre Sião.                                         

O Monte Sião tem aproximadamente 800 metros de altitude daí, portanto a expressão "... descer sobre Sião" querendo dizer "sobre as colinas de Sião", porque nos salmos 87:2 e 51:18 e mais 179 vezes Jerusalém é chamada de Sião. No Salmo 125:1-2 há uma bela referência a este respeito:       

Salmo 125:1-2: "Os que confiam no Senhor são como o Monte de Sião que não se abala, mas permanece para sempre. Como estão os montes à volta de Jerusalém ,assim o Senhor está em volta do seu povo desde agora e para sempre."             

Porque ali o Senhor ordenou a bênção e a vida para sempre.  

David, ao conquistar a fortaleza de Sião, transportou para ali a Arca da aliança e construiu para ela um Tabernáculo. Com isso Sião tornou-se a "cidade do Senhor", local da Sua morada, local do seu repouso: "... este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei." (Salmo 132;13-14)        

 

Com a presença da Arca da Aliança, Sião tornou-se a capital religiosa dos Israelitas, um lugar santo, sagrado, conforme se depreende da leitura do Salmo 154.21 que nos diz:"... bendito seja o Senhor desde Sião que habita em Jerusalém".David compara o óleo descendo sobre a cabeça de Aarão com o orvalho descendo sobre Sião. Aarão é sumo sacerdote, o chefe religioso da nação israelita, é a "cabeça" espiritual do povo hebreu, da mesma forma que Sião é a capital espiritual de Israel. O primeiro purifica, consagra um sacerdote para o serviço do Senhor, tornando Aarão um homem puro, justo e perfeito para as funções sacerdotais.    

Na segunda imagem o orvalho sobre Sião é a água que, além de purificar, torna possível a vida ao redor de Jerusalém. É como o óleo (água) caindo sobre Aarão (Jerusalém) porque ali em Sião, (Javé), o Senhor (representado pela a Arca da Aliança) havia ordenado a Sua benção para sempre.            

O fato dos romeiros estarem ali reunidos fazia com que a benção descesse para todos. Isto para David é algo concreto. Manifesta-se na natureza, no óleo, no orvalho, nas chuvas, nas águas do Rio Jordão que irriga a terra e a torna fértil tornando possível a posse da Terra Prometida. David emprega uma linguagem prática para mostrar que Sião é o centro religioso de Israel, pois ali o Senhor havia escolhido para Sua morada.                                                             

A vivência desta belíssima exortação deve ser a base da nossa conduta, o sustentáculo da sociedade, não só Maçônica, mas profana. A palavra divina, os ensinamentos do G.'.A.'.D.'.U.'. que devemos seguir para realizar com perfeição, chega-nos como o óleo, como o orvalho chega até Sião, pois ele mesmo nos disse para "amarmos ao próximo como Eu vos amei".